segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Chove.


Finalmente, novembro.
Meu doce novembro que agora me presenteia com a cura de todo o mal do anterior, e que já traz consigo a resposta das perguntas cansadas, a serenidade e o alívio de que "o pior já passou", junto com a convicção de que não voltará mais.
A minha estrada sem saida e sem liberdade de antigamente, ficou pra depois, ou pra traz, tanto faz; fui subitamente surpreendida com o fim da linha, que sempre ou quase sempre estava bem imposto na minha frente! A diferença é que agora, aceitei a condição e resolvi voltar, voltando recuperada e quase inteira, pude respirar melhor sem os pesos que me apoiavam e que se acumulavam a cada dia, pude parar pra olhar o que tinha lá fora, abrir as janelas pro novo chegar, iluminar e quem sabe até se instalar.
Não sou eu que pertenço mais ao caminho, ele é que me pertence, e o tanto que caminhei pra chegar onde cheguei e conseguir ser dona dos meus próprios passos, mesmo cansados, ainda se faz latente; fazendo assim, oscilar ainda entre o meu "incompleto" e o meu "quase vazio". Vazio? mas me sentindo muito maior que antes.
ele dói... a impressao de acordar e dizer pro espelho "tá faltando alguma coisa" tem sido normal. Encaro. E é desse jeito... mas, isso só é válido pra ter a certeza de que é preciso sim, recomeçar de novo algum dia. Mas sem pressa.
Enquanto isso eu vou me completanto de outras formas. A vida tem muitas faces, não necessariamente preciso desta.
Mesmo tudo vindo mascarado com as mesmas formas, o mesmo cenário e o mesmo protagonista, eu me aconchego entre aqueles braços, e não reluto e nem me puno por estar ali... me lembrando da cena que eu não conheço muito, que é a nossa cena de não ter pressa pra passar.
Tudo muito corrido e eu me perco nesse tempo, nos excessos de relógio. Mas percebo que nas entrelinhas das cenas, da rapidez, algo perdurava por muito mais tempo.
Me soltando dos seus braços, e olhando nos seus olhos, fica a certeza de que tudo ficará guardado, cada passo nosso, os seus atalhos, a imposição dos freios, os nossos tropeços, os nossos acertos, as nossas paradas e o nosso reencontro de quase sempre que parece nao ter mais fim.
Ninguem disse que teria data marcada, nem tempo bom ou ruim, as coisas quando são pra ser, simplesmente são.
E da nossa história só a gente sabe, menino...
E voce ainda insiste em dizer que os caminhos se cruzarão outra vez, e eu vou dizendo pra você que não, que até lá... Pois é.
É conformidade com lamentação, é o velho e o novo juntos, o presente sem o passado, e o futuro querendo entrar!

Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo.
(O teatro Mágico - Cuida de Mim)





Deixa que esse verão eu faço .
Deixa que nesse verão eu faço sol.
(Reticências - O Teatro Mágico)
Amelie.

Um comentário:

Sam disse...

WOW, ficou lindo.
você se supera, sério mesmo +_+