sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Medo

"O melhor esconderijo, a maior escuridão, já não servem de abrigo, já não dão proteção." Engenheiros do Hawaii.

Medo.
Que vem como vem o cafetão bater a porta da sua prostituta.
Chega de charuto na boca, chapéu para o lado e sobretudo de couro, impõe seu cheiro, sua vontade e sua decisão. Lhe cala a boca com um beijo fugaz, com uma corda grossa amarra-lhe os pulsos rebeldes, e a humilha sob todas as estrelas do céu, e noite a pós noite a prostituta põe se a chorar o abrigo perdido.
Seu eu perdido. Sufocado.

Dear Diary,
Não quero ter de me contentar com uma fuga evasiva - evasiva como um beijo melado - ter de ficar com alma e coração atados, e ter de ver as noites passarem e ver meus desejos nascerem com o sol e se perderem de novo e de novo em cada céu estrelado. Não quero.

Prostituta submissa do medo.
Meu eu sufocado. Perdido.

Anny.

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