sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um pouco de tudo.

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
(Paciência – Lenine)

Hoje a letra do lenine foi motivo de um turbilhão de pensamentos, e perguntas.
Quem nunca se perguntou como relacionar a vida, o tempo e a paciência sem deixar nenhum dos três defasados? É uma tarefa realmente difícil de ser cumprida, principalmente no mundo atual. Por essa razão, vem se tornando algo tão polêmico, tão questionado, dando origem a outros fatores, outros assuntos influentes que preenchem uma prateleira inteira de livros de auto-ajuda, onde pessoas buscam uma explicação mais clara, talvez, ou apenas pela vontade de se expressarem e trocarem pontos de vista, que nós desenvolvemos sobre todo esse tempo, vida e paciência, que está invisivelmente girando 24 horas em torno de nós! desde o despertador chamando de manhã para mais um dia, até quando, à noite, colocamos o mesmo para a chamada da manhã seguinte.
O fato é: Porque nós queremos tudo na hora? Pra que todo esse imediatismo? O mundo por um acaso acaba amanhã? Porque não mais um pouco de paciência? Pra que a pressa? Pra que e -para quem- bancar o piloto-automático? fazendo deixar a vida passar na sua frente, sem você perceber os “milagres do dia-a-dia” que acontecem ao seu redor, por qual razão? Por estar ocupado demais em sempre estar visando um futuro? às vezes, um futuro incerto, deixando as coisas do agora pra depois: “depois eu sinto”, “acho que não chegou a minha vez, quem sabe amanhã”, “da próxima vez eu percebo” “estou com pressa”.
As pessoas procuram tão cegamente pela felicidade, tão cegamente por uma vida perfeita, ou quase perfeita, cheia de idealizações, quando as vezes tudo o que se precisa no momento está bem embaixo do próprio nariz. O quadro as vezes se torna tão grave a ponto de afirmarmos essa: “a vida é tão rara”, e realmente está se tornando, devido a essa “viseira” de tanta cobrança. “Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder?”
Parar as vezes faz bem pra alma, alimenta a gente, mas dê oportunidade, “E quem quer saber?” Fazer diferente, dá trabalho! mas vida ao vivo é pra quem tem coragem. Coragem de arriscar.
Num plano mais real, isso se toma como exemplo, daquele amigo novo, aquele amigo que as vezes sem querer a gente deixa pra depois. Aquele amor que aparece do nada, onde você nunca viu, e um certo dia resolve aparecer, vindo sutilmente disfarçado de amizade, e passa sem ninguém notar, as vezes por ambos. Ou então pior: Alguém ATÉ percebe mas se nega, isso mesmo, fecha a porta sem pensar duas vezes. Já vi muitas historias acabando assim, um fim substituído por “adiado no momento” ou uma amizade que não passa do “coleguismo”. Porque deixar a agenda ocupar o lugar do coração? é como se foce dois pratos de uma balança buscando o equilibrio. As vezes parece que quanto mais você tem um, menos você tem o outro.
Obrigações sempre vão existir: “O mundo vai girando, cada vez mais veloz, a gente espera do mundo, e o mundo espera de nós”, sabe-se que o mundo lá fora exige produtividade e imediatismo, e aqui dentro, corpo e alma pedem menos, muito menos, pedem no estilo de mais um trecho do próprio Lenine: "um pouco mais de calma, um pouco mais de alma” e “enquanto o mundo gira e pede pressa” se recuse, vá na valsa, porque eu lhe digo: A vida está se tornando rara!
Do jeito que as coisas e avanços vão indo, daqui a pouco vão querer (apenas querer!) substituir emoções e sensações por praticidade! Pode parecer loucura ou idiotice, mas se hoje se vê até alguns controlando, tentando manipular e burlar o sentimento, porque não? Acho que iria facilitar bastante a vida de alguns. Não a minha. Prático por prático eu fico com os sentimentos a flor da pele se preciso, não me submeto.

(Se o tamanho for a nível de importância, não vou precisar mencionar o porque dos escolhidos serem maiores. clichê as vezes cansa.)


Percebo hoje que deixar acontecer naturalmente é melhor, por isso as vezes é preciso se desligar: esquecer a divida interna, a externa, a eterna dúvida, a própria cobrança, o transito caótico e todos aqueles ladrões de colarinho, ou as maldades que se vê por todo o lado. “Enquanto todo mundo, espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência...”
Sinceramente, acho que paciência é sempre bem vinda, DÊ esse presente a você mesmo, pra quando perceber já estar priorizando o lodo positivo, aquele que realmente vale a pena gastar o tão precioso “tempo”, em meio a tanta loucura, violências e injustiças que é o mundo de hoje! Então faço um apelo somente para as coisas boas, já que a mídia e as ruas não nos deixam esquecer o “outro lado”.

(Tradução: o tempo que você desfruta o desperdício não é tempo perdido.)

Eu sei pouca coisa sobre a vida, mas uma frase eu sigo a risca: É preciso respeitar o próprio tempo! Viva com mais leveza.
E - por favor - desligue-se, turn off! perceba a vida em volta de você, nos detalhes que passam despercebidos, nos sorrisos, nos olhares, no momento.  E pára de controlar o tempo, aquele sentimento, porque: 'o que é pra ser vigora.'



(Imagem fazendo menção ao nome do blog: Pelas pequenas Coisas. pelas pequenas GRANDES coisas. E ao equilibrio, que é o a chave de quase todas as minhas perguntas.)


Seiscentos e Sessenta e Seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana (In: Esconderijo do Tempo).


(O mais atrativo e o mais assustador de tudo ao final, é perceber que quando escrevemos, escrevemos e chegamos a conclusão que quando inserimos algum(s) concelho(s), estamos querendo mesmo que no fundo, aconcelharmos principalmente, a nós mesmos.)
Amelie.

Nenhum comentário: